Ninguém consegue ver tudo
O estudo Reimagining Industry Futures, realizado pela EY a partir de entrevistas com executivos de empresas de todo o mundo, mostra que o impulso para a inovação existe no topo das organizações e que o valor dos ecossistemas já está claro para o C-level das companhias. Segundo o estudo, 74% dos entrevistados brasileiros afirmaram que é necessário reimaginar o futuro de seus setores para extrair o máximo valor possível da tecnologia 5G e 82% dizem que suas organizações pretendem saber como tecnologias emergentes estão transformando empresas em diversos setores.
A crescente conscientização sobre a importância dos ecossistemas como motores de inovação é reforçada pelo estudo. A pesquisa destaca a clara compreensão por parte dos líderes empresariais de que o futuro está intrinsecamente ligado à colaboração e à construção conjunta de soluções. Os números indicam que a maioria dos entrevistados reconhece que o ecossistema é uma ferramenta estratégica essencial para explorar o potencial do 5G e outras tecnologias emergentes. A vontade de reimaginar os setores e alavancar as vantagens oferecidas pelas parcerias é evidente, e a busca por soluções conjuntas é uma tendência que deve moldar a próxima década.
Para obter esse conhecimento externo e estar sempre atentas a inovações que poderão ter um efeito disruptivo sobre seus negócios, as organizações entendem que a construção de ecossistemas é uma necessidade estratégica. De acordo com 77% dos entrevistados pela EY no mercado brasileiro, estratégias de ecossistemas vão se tornar uma alavanca de crescimento de sua organização nos próximos 5 anos.
A visão do futuro, porém, ainda não está materializada no presente – o que abre gaps e cria oportunidades para organizações que conseguirem se movimentar mais rapidamente. Dois terços dos entrevistados pela EY no mercado brasileiro afirmam que parcerias com muitos players são difíceis de executar na prática – o que limita a formação de ecossistemas que agreguem real valor ao negócio. Nesse cenário, o desenvolvimento de parcerias horizontais, com empresas do mesmo setor, vem sendo buscado por 51% das empresas.
Entretanto, quando analisamos a adoção de tecnologias emergentes, vemos um cenário heterogêneo. Embora o uso de tecnologia seja essencial em todo segmento, mercados como Energia ou Mineração têm um caminho muito mais longo a percorrer, pois contam com uma cadeia de distribuição complexa. Ao mesmo tempo, o ambiente competitivo e a presença de players globais, com acesso facilitado a mais fontes de conhecimento, influenciam o desenvolvimento de cada setor da economia.
Mais relevante do que o estágio de desenvolvimento dos ecossistemas ou a presença de tecnologia em cada segmento, porém, é o fato de que estamos em um momento especial, em que existe muito espaço para crescimento. Nesse sentido, as empresas brasileiras estão bem posicionadas, uma vez que existe uma predisposição cultural em inovar para criar vantagens competitivas. Do agro ao varejo, passando pela mineração, indústria, energia, saúde e diversos outros segmentos, inovação já está na agenda dos CEOs. A presença do tema na agenda, aliada à pressão externa por aumento de eficiência e produtividade, cria um ciclo positivo de transformação.