Reguladores, consumidores e investidores vêm aumentando a pressão sobre as empresas para acelerar os esforços para tornar suas operações mais sustentáveis. O foco está se expandindo para incluir fornecedores, uma vez que seu impacto ambiental e seus padrões trabalhistas devem ser considerados em toda a pegada de sustentabilidade de qualquer empresa.
As equipes jurídicas estão em posição ideal para ajudar a fortalecer as estratégias, políticas e processos que regem as relações da cadeia de abastecimento. A Diretoria Jurídica e seus departamentos podem desempenhar um papel fundamental para ajudar as organizações a se manter um passo à frente dessas mudanças regulamentares e reduzir os riscos potenciais. As equipes jurídicas normalmente têm conexões entre as principais áreas do negócio e têm forte compreensão de como diferentes fatores irão impactar o negócio. Também compreendem o ambiente regulatório atual e em evolução e têm experiência em considerar o impacto potencial futuro das decisões que são tomadas hoje. Além disso, essas equipes tendem a ser responsáveis ou pelo menos exercem influência significativa sobre os contratos que regem o relacionamento entre uma organização e sua cadeia de fornecimento.
Porém, uma mudança significativa na cadeia de fornecimento evolui lentamente, mesmo quando as demandas de sustentabilidade estão se acelerando e o potencial risco está crescendo. O momento para a Diretoria Jurídica atuar é agora.
O aumento do risco de sustentabilidade de terceiros
Para muitas organizações, o redesenho e a transformação da cadeia de abastecimento estavam em andamento muito antes da pandemia de Covid-19, mas isso se tornou uma prioridade mais visível, uma vez que os bloqueios levaram a escassez de itens, rupturas de estoque e soluções de trabalho. Coincidindo com esta tendência encontra-se uma mudança de mentalidade entre consumidores, investidores e reguladores, que estão responsabilizando as organizações pelas práticas de sustentabilidade de seus fornecedores.
O foco crescente na sustentabilidade dos fornecedores cria uma ampla gama de riscos para as corporações. Os consumidores estão exigindo que as organizações apoiem suas ambições de sustentabilidade com ações claramente definidas e maior transparência. Enquanto isso, os investidores estão aumentando o nível de diligência que realizam nas cadeias de fornecimento das organizações para validar a sustentabilidade geral das organizações a quem emprestam e nas quais investem. Em última análise, consumidores e investidores estão pressionando as organizações através do voto com suas carteiras, causando riscos tanto financeiros quanto de reputação.
Ao mesmo tempo, os reguladores estão propondo e promulgando novas regulamentações e diretrizes de relatórios que formalmente estendem as obrigações legais das organizações para incluir questões relacionadas às suas cadeias de fornecimento. Um exemplo que se destaca com as novas regras que estão sendo promulgadas é o Green Deal (Acordo Verde) da UE, que propõe responsabilizar as empresas por violações dos direitos humanos ou da boa governança e danos ao meio ambiente dentro de suas cadeias de fornecimento. Enquanto algumas destas regras estão sendo implementadas em toda a UE, muitas estão sendo implantadas em nível de país. Outras jurisdições, incluindo Alemanha, França e Califórnia emitiram suas próprias regulamentações similares, ou mais rigorosas, que regem as cadeias de abastecimento, aumentando a crescente complexidade do ambiente regulatório em que as organizações devem navegar.