No entendimento desses executivos atuantes nos EUA, que foram entrevistados por estudo da EY e da Oxford Economics, o investimento nessas empresas gera mais valor para suas organizações do que construir internamente os sistemas de inteligência artificial
A maioria (86%) dos CIOs (Chief Information Officers) atuantes nos Estados Unidos planeja comprar uma plataforma de software de IA generativa ou fechar parceria com esses negócios. No entendimento deles, esse investimento gera mais valor para suas organizações do que construir internamente os sistemas de inteligência artificial. É preciso considerar, ainda, que há uma corrida pela efetiva aplicação da IA no dia a dia dos negócios, sem descuidar das melhores práticas de governança, motivo pelo qual a busca por um parceiro mais avançado nesse processo pode representar uma vantagem competitiva. Os dados são de estudo da EY, elaborado em parceria com a Oxford Economics, sobre a percepção dos CIOs. Os respondentes atuam em 500 empresas dos EUA de setores como varejo, saúde, manufatura, mobilidade, tecnologia e telecom.
Quase metade desses executivos acredita que a IA generativa vai elevar de forma substancial o valor das suas organizações. Na avaliação do estudo, essa porcentagem é significativa, mas também indica que mais da metade não está ainda plenamente convencida de que essa tecnologia vai se consolidar. Para 37% dos CIOs, a geração de receita é a principal razão para que suas empresas avancem com os esforços em IA generativa, enquanto 27% citam o potencial de reinventar o modelo de negócios. Já 19% dizem que o motivo principal de apostar na IA é para reduzir custos.
A adoção das tecnologias de IA para estimular a eficiência e melhorar o desempenho de negócios está entre as prioridades dos CEOs neste ano, de acordo com o CEO Outlook Pulse, que entrevistou globalmente 1,2 mil executivos, incluindo o Brasil. A maioria dos respondentes (76%) considera que a IA proporcionará benefícios ligados à eficiência, mas gerará pouco impacto no crescimento da receita das suas empresas.
Essa transformação provocada pela IA nas organizações está mudando o dia a dia do CIO, que tem se tornado ainda mais relevante para as empresas, aproximando-se como nunca antes do CEO e dos outros C-Levels. O potencial da IA generativa de impactar todas as áreas do negócio faz com que o CIO precise trabalhar mais próximo dos outros executivos que ocupam o papel de liderança. Da parceria com o CMO, por exemplo, pode resultar na revolução da experiência do consumidor. Com o CFO, por sua vez, uma previsão financeira baseada em IA. Nesse contexto, cabe ao CIO se certificar de que os modelos generativos das suas organizações são justos, transparentes e alinhados com os valores corporativos. Esse raciocínio se estende à governança dos dados utilizados para o treinamento dos modelos de IA.
O que se espera é que as ferramentas de IA generativa abram novas avenidas de inovação e eficiência nas diferentes áreas do negócio. Os CIOs estão sendo desafiados no sentido de ajudar a identificar e implementar essas soluções. Para 43% dos entrevistados pelo estudo da EY e da Oxford Economics, a IA generativa terá um alto impacto na melhora do processo envolvendo data analytics nas organizações. Já 41% consideram que o alto impacto será gerado nos esforços de TI e due diligence.
Novos desafios de cibersegurança
Há expectativa por parte dos CIOs e também dos CISOs (Chief Information Security Officers) de que a IA generativa resulte em novos desafios de cibersegurança como o uso dos seus recursos para desinformação ou deepfake, tentativas sofisticadas de phishing e outras ameaças aos protocolos de segurança das organizações.
Os CIOs e os CISOs precisam estar à frente dessas ameaças por meio da implementação de mecanismos robustos de segurança e do treinamento dos colaboradores para que não caiam nas novas ciladas do ambiente digital. Nesse processo, a própria IA generativa pode oferecer defesa por causa principalmente da sua capacidade de aprendizagem profunda ou deep learning, que permite a essa tecnologia analisar volume maior de dados e mais heterogêneo em tempo real.
“Na EY, por meio do Cyber Fusion Center (CFC), uma evolução do Security Operation Center (SOC), integramos, para nossos clientes, funcionalidades essenciais de cibersegurança, como resposta a incidentes, análise forense, inteligência de ameaças cibernéticas, gerenciamento de riscos de terceiros e gestão de crises. Isso faz com que a empresa esteja preparada para prevenir, detectar e responder rapidamente a um incidente”, diz Demetrio Carrión, sócio-líder da EY Latam para cibersegurança.
O desafio para os CIOs é saber como navegar em um novo contexto que vai além das capacidades técnicas dessa função. Esses profissionais, ainda segundo o estudo, sempre foram considerados os guardiões da infraestrutura tecnológica e de dados das organizações, com foco em manter esses sistemas funcionando, prezar pela segurança dos dados e conduzir as iniciativas de transformação digital. No entanto, o advento da IA generativa está forçando os CIOs a se tornarem mais estratégicos para o crescimento e a gestão do negócio por meio de sua maior contribuição para o sucesso de iniciativas desse tipo.
A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:
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