Artigo: Líder precisa confiar na equipe para alcançar seus objetivos

4 Minutos de leitura 16 nov 2023
Por Agência EY

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4 Minutos de leitura 16 nov 2023

Por Armando Lourenzo, presidente do Instituto EY e diretor da EY University

Quando você não é líder, a sua agenda, em linhas gerais, é normalmente decidida por você e seu gestor. No entanto, o dia a dia é de sua responsabilidade – e seus resultados também. Você sempre entregou no prazo, sem erros e com qualidade. Sempre batia suas metas, tanto que você se saiu tão bem como analista ou vendedor que foi promovido a um cargo de liderança. E agora? Você terá que alcançar seus objetivos contando com a ajuda de seus pares e de sua equipe.

Nesse processo, há uma tendência de centralizar para garantir o prazo, a qualidade e a precisão: características que sempre agregaram para seu trabalho como analista ou vendedor e que faziam você alcançar seus objetivos. Para a doce vida do funcionário mediano, que eventualmente estará no seu time, não há nada melhor: o “chefe faz tudo” e que decide sozinho.

O problema é que, fazendo isso como líder, você acumula o trabalho e não consegue se desenvolver ou desenvolver seus colaboradores. O resultado: conflitos entre você e sua equipe, atraso na entrega, erros, dificuldade para se movimentar na carreira e metas não alcançadas.

Muitos novos líderes nessa situação apertam mais ainda as relações, reclamam dos funcionários e não têm a sensibilidade para perceber que o problema está, na verdade, com ele mesmo, o “novo chefe”.

Note a relevância desta informação: 83% dos líderes desligados no Brasil (gerentes, coordenadores e supervisores) são mandados embora pelo comportamento e 17% por motivos técnicos. Esses dados foram levantados em uma pesquisa realizada por mim em 2018. É por isso que existe aquela máxima do mercado: “contratamos pelos conhecimentos e desligamos pelo comportamento”.

O quadro é cruel. No entanto, muitas são as recompensas para o novo líder que consegue gerenciar bem pessoas. Além da financeira (sempre bem-vinda), há também a satisfação pelo sentimento de construir algo: uma área que se tornou referência na empresa, uma equipe que desenvolveu o máximo do seu potencial e, para você, uma carreira promissora. Focar no desenvolvimento dos profissionais de sua equipe, a propósito, é uma das ações com melhores garantias de bons resultados – para todos. Alguns líderes, por insegurança, têm medo de preparar funcionários ou sucessores. Ledo engano. Com pessoas qualificadas na equipe, você estará livre para progredir na carreira e fazer relacionamentos. Ou fazer o inverso, o que é ainda melhor: construir relacionamentos e progredir na carreira.

Nunca se esqueça: seu maior desafio é lidar com pessoas. Então, além de equipe qualificada, é importante ter gente leal ao seu lado. Pense bem antes de manter um funcionário desleal, por mais competente que ele seja. Você precisa garantir que poderá dormir tranquilo, tirar férias, viajar e voltar para uma área que continua no rumo planejado por você. Assim, evitará encontrar um cenário desolador em que outras pessoas mudaram seus planos sorrateiramente, na calada do boteco.

Talvez você ficasse mais tranquilo com essa leitura se estivesse lendo frases de autoajuda ou declarações de como as empresas são um mundo “cor-de-rosa” e que, depois da sua promoção, todos se curvarão aos seus desejos e seus objetivos serão alcançados, salvo por problemas técnicos, os quais você terá plena competência para resolver. Afinal de contas, você foi promovido a chefe!

Mas não seria honesto da minha parte afirmar tais coisas. Por outro lado, posso garantir que os aprendizados e conquistas dessa nova fase serão recompensadores e prazerosos. Não é difícil lidar com pessoas, mas isso exige boa dose de sensibilidade, além da capacidade de não deixar que fantasmas psicológicos fiquem no centro dos relacionamentos (e pode acreditar que todos nós temos uma porção deles, tentando nos atormentar o tempo todo). Pense nisso e cuide dos seus fantasmas.

Os líderes que possuem a capacidade de ver além das atividades rotineiras conseguem, mais facilmente, que as pessoas realizem suas atividades com mais qualidade, eficiência e com o sentimento de “querer fazer”. Sim, querendo fazer. De fato, essa é a diferença: as pessoas do seu time, querendo fazer as atividades e alcançar seus objetivos, terão resultados muito melhores. E essa capacidade de provocar engajamento poderá diferenciar você dos demais líderes.

O líder deste século deve motivar sua equipe a alcançar resultados por propósito, e não somente por dinheiro. Reflita: trabalhar com prazer e propósito faz a diferença.

*Esta é uma adaptação do artigo publicado inicialmente na Você S/A.

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