Por Steve Varley, Chairman da EY UK&I
Asigla ESG torna-se mais comum no mundo corporativo, no poder público e na sociedade em geral. Cada vez mais, adotar uma agenda que leve em consideração as ações ambientais, sociais e de governança torna-se item essencial para empresas e instituições, além de reter e atrair o interesse de investidores.
Porém, como todo padrão de relatório, garantia e regulamentação amadurece, o ESG também deve evoluir. Um ESG mais relevante do ponto de vista financeiro – que denominamos “FESG” – pode permitir que as empresas realizem mudanças e que todos os stakeholders (partes interessadas) tenham uma melhor compreensão do impacto total das ações. E mesmo o FESG deve se adaptar a futuras divulgações sobre biodiversidade, inovação, bem-estar e muito mais (FESG+), posicionando as empresas para os desafios futuros.
Hoje em dia, talvez não baste apenas adotar uma agenda ESG. Para que seja atingido todo o potencial, a abordagem ESG precisa evoluir rapidamente. Os investidores e outras partes interessadas querem melhores divulgações ambientais, sociais e de governança para ajudá-los a entender como uma empresa funciona, como as decisões são tomadas e os valores criados.
Enquanto os investidores querem entender o impacto externo das atividades de uma empresa, os consumidores querem entender o impacto de suas escolhas sobre o mundo. Já os funcionários querem saber se a sua empresa está gerando maior igualdade, autonomia, melhores condições de trabalho e comunidades mais seguras e sustentáveis. Devemos lembrar ainda que o setor de serviços financeiros precisa de melhores informações para ajudar a viabilizar nossa transição para uma economia mais sustentável, ao mesmo tempo em que mercados de dívida e ações, seguradoras, investidores e gestores de ativos exigem mais detalhes sobre os fatores ESG para avaliar o impacto total de suas decisões.
Para cada um dos stakeholders citados acima, o ESG já está ajudando, mas precisa evoluir mais rapidamente à medida que o apetite dos investidores cresce para tomadas de decisão mais precisas. O ESG precisa amadurecer para ter o mesmo nível de rigor e relevância das divulgações financeiras e para melhor demonstrar o impacto econômico das diferentes estratégias e metas ESG.
É necessário haver uma conexão mais forte entre o “F”, de financeiro, e o ESG – o “FESG”. Se não for assim, é mais difícil mensurar os verdadeiros custos e oportunidades. Desta forma, as empresas poderão repensar como elas usam o ESG para fundamentar escolhas estratégicas, gerar inovação e articular como estão gerando valor a longo prazo. Também é necessário haver flexibilidade e um aspecto prospectivo, pois futuros investidores e outros stakeholders, incluindo governos e agentes reguladores, parecem determinados a continuar exigindo a divulgação de mais informações. Não à toa, novas métricas estão surgindo de maneira muito rápida.
A agenda ESG é definitiva e não tem volta. Temos muito a avançar e as oportunidades e recompensas para as empresas que se posicionam para realizar todo o potencial de incorporação “FESG+” são enormes, assim como os benefícios para todos os stakeholders. Estamos em um momento crucial de mudança e o momento é de posicionar sua empresa para o “FESG+” em termos de estratégia, inovação, execução e divulgação. Todos temos a ganhar.