Artigo: A crise energética e o papel de todos nós

5 out 2021
Por Agência EY

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5 out 2021

Por Afonso Sartório, sócio-líder da EY para o setor de Energia na América do Sul; Gustavo Gusmão, diretor-executivo da EY para o setor de Governo e Infraestrutura; e André Flávio, diretor-executivo de Consultoria da EY

Exatos 20 anos após a grave crise energética que assolou o país, os brasileiros convivem novamente com o medo do “apagão” rondando nossas indústrias, comércios, serviços e residências. No começo de setembro, o nível médio dos reservatórios que abastecem as usinas hidrelétricas estava abaixo de 20%, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS). Se o nível de água for inferior a 10%, as turbinas podem ter de ser desligadas por segurança e a geração de energia estará comprometida.  

Diante disso, é preciso economizar energia e encontrar alternativas para evitar problemas para a sociedade, tanto na hora de acionar o interruptor como no momento de abrir as torneiras, já que a crise hídrica também compromete o abastecimento de água da população, principalmente nas regiões mais castigadas pela longa estiagem.  

Para enfrentarmos a crise imediata de energia, do ponto de vista técnico, neste momento, não tem muito jeito: é necessário economizar energia elétrica. Ao contrário do que ocorreu em 2001, a crise hídrica atual, cuja escassez de água nos reservatórios prejudica a geração de energia nas usinas hidrelétricas, não é estrutural, pois avançamos nas últimas décadas com outras fontes de energia, como as térmicas e renováveis, novas hidrelétricas, interligação e importação de energia, modernização da rede e melhor integração de subsistemas etc. Por outro lado, estamos cada vez mais dependentes do consumo de energia, basta ver a quantidade de tecnologia que foi incorporada ao nosso dia a dia nas últimas décadas. 

Uma medida a curto prazo para amenizar a questão de risco de desabastecimento elétrico seria a redução do consumo de energia. Como conseguir isso? Pequenas medidas em casa, como banhos mais curtos e acender apenas as luzes necessárias são contribuições importantes dos consumidores. De fato, o consumidor pode escolher como melhor reduzir o consumo de acordo com sua preferência, o importante é compreender que a atual situação é crítica e que uma redução no consumo não seria tão sacrificante. O poder público também pode fazer a sua parte com amplos programas de conscientização junto à população e a economia de energia em prédios e órgãos públicos. 

A médio e longo prazos, é necessário maior planejamento dos governos, com incentivo cada vez maior às energias renováveis não hídricas, melhor uso dos reservatórios plurianuais nas hidrelétricas, incorporação dos cenários mais severos dentro das amostras meteorológicas para estimativa de riscos e investimento maciço em saneamento. É necessário que o governo e a sociedade civil unam forças para garantir a perenidade do nossos bens mais preciosos: água e energia. 

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Resumo

Uma medida a curto prazo para amenizar a questão de risco de desabastecimento elétrico seria a redução do consumo de energia.

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